Morar fora do Brasil é um grande desafio para qualquer pessoa à procura de novas experiências. Mas como é morar no exterior para as mães brasileiras? Do que elas mais sentem falta?
Existe um mercado especializado em atender as necessidades dos brasileiros que moram no exterior: o mercado da saudade. Este faturou US$ 50 milhões de dólares em 2017! São diversos produtos exclusivos do Brasil que tentam suprir essa saudade da pátria amada.

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Mas será que existe diferença entre o tipo de saudades que as genitoras sentem do resto dos expatriados? Selecionei algumas questões mais comuns que devem pesar mais para nós, as mães brasileiras que moram na Europa.
A falta das pessoas mais próximas
A gente não imagina o quanto isso nos afeta até mudar de vez e passar um bom tempo em um novo país, onde não se conhece ninguém.
1. Família
Não é fácil conviver com a ideia de ver os próprios filhos crescerem sem manter o contato físico com a família. Além do mais, é muito difícil não ter alguém de confiança com quem deixar as crianças para uma programação com o marido.

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Geralmente, as mães brasileiras são bem apegadas aos filhos e têm pouca confiança em estranhos para cuidar dos pequenos, não é mesmo? A saudade da família é, portanto, o maior desafio para as mães brasileiras no exterior.
2. Amigos
Além da falta da família, a saudade dos amigos pode ser bastante dolorosa. A ausência daquela descontração necessária que repõe a energia é outra condição que há de se aceitar por morar fora do Brasil, pelo menos no começo.
Fazer novos amigos no país atual pode ser difícil já pela língua e costumes diferentes, mas principalmente se não estamos dispostas a nos abrir para novidades.
O que é típico do Brasil
Mesmo podendo comprar algo uma vez ou outra para matar a saudade ao morar fora do Brasil, tem coisa que só estando lá.
3. Comida
Sabe quando você percebe que seu filho pode crescer sem ter o costume de comer aquela fruta que marcou sua infância? O feijão, a farofa e o arroz? Além da saudade de certos alimentos e refeições, a mãe brasileira reflete sobre a falta de comida típica do Brasil no dia a dia de seus filhos.
4. Clima
No Brasil, o sol é quase sempre garantido, enquanto principalmente nos países do norte da Europa, sol é artigo de luxo. As mães precisam ser extremamente criativas para inventar atividades com as crianças quando o tempo não colabora. O verão europeu se compara muitas vezes ao outono ou inverno no Brasil.

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5. A língua
E aquela saudade de resolver os pepinos em português brasileiro? Principalmente no começo, quando a língua ainda tem que ser aprimorada ou não sabemos os procedimentos daquele novo país. Bate uma saudade inexplicável da facilidade de comunicação que a língua materna proporciona. Nada como desembolar problemas sem ter que fazer grande esforço.
6. A cultura brasileira
Além do empecilho da língua, a diferença cultural faz com que aquilo que o brasileiro acha normal se transforme em algo de outro mundo. E o mesmo pode acontecer com a gente em relação aos hábitos dos nativos de onde estamos morando. Então, podem surgir desentendimentos inesperados em momentos bem inadequados.
7. Espontaneidade
Todo compromisso, formal ou informal, tem que ser marcado na agenda com, no mínimo, um mês de antecedência. Chegar sem aviso em qualquer lugar é praticamente inaceitável. Além disso, atrasos e faltas de última hora sem uma boa desculpa não são bem vistos. Aliás, os brasileiros tem má fama por conta desses “costumes”.
8. Cheiros, cores e sabores
São sensações únicas que só se percebe quando não se mora mais no Brasil. O arroz torrando com alho, as flores e frutas tropicais, o cheiro de chuva no verão, o café passado no coador, a brisa do mar… Mas as crianças que estão crescendo no exterior poderão não compartilhar dessas mesmas sensações.

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Poucos serviços ao morar fora do Brasil
Nos países mais desenvolvidos, como é o caso dos europeus, a desigualdade social é muito mais amena. Isso proporciona qualidade de vida para todos os trabalhadores, sejam eles graduados ou não. Por isso, os serviços que estávamos acostumadas no Brasil são tão caros ou diferentes.
9. Atendimento
Para quem oferece prestação de serviços na maioria dos países da Europa, ser gentil não é regra. Os prestadores estão preocupados em entregar e receber, mas não em agradar.
10. Diaristas
Diaristas na Europa são muito caras, então as mães tem que se virar em dez. Cuidar da casa, das crianças, dos problemas na escola, arranjar e manter um emprego, ter que cozinhar e ir ao supermercado com muita frequência faz parte de uma rotina muito comum na vida das mães por aqui.
11. Estética e beleza
Serviços de manicure, cabeleireiro, massagem, entre muitos outros, por exemplo, não tem o padrão do qual estamos acostumados no Brasil. Ainda assim, são todos bem caros se comparados aos preços do nosso país.
12. Profissionais de saúde

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Os profissionais de saúde na Europa parecem nunca ter tempo e paciência para lidar com os pacientes. A maioria vai direto ao ponto e só discute um problema por cada visita.
13. Tradições e festas típicas
Todas aquelas tradições com significados e lembranças especiais, como as festas juninas e o natal, perdem um pouco o sentido por vários motivos: estar longe da família e dos amigos, não ter determinada comida típica disponível, o clima ser outro e não ter aquele “ar de festa”.
14. Virada de ano com calor
Virar o ano com frio, dentro de casa ou em algum lugar fechado nos faz sonhar com aquelas viradas de ano na praia ou ao ar livre.
Não podemos ignorar que a saudade existe e de formas variadas, mas morar fora do Brasil também proporciona muitas oportunidades de viver novas experiências e um recomeço. O importante é deixar as comparações entre os países de lado, recriar tradições e procurar novas atividades e desafios.
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Eu Sou Silvia Miranda, nascida em Alagoinhas, na Bahia e morando na Holanda desde 2007. Desde pequena, sempre fui muito interessada em escrever: já elaborei livros, gibis, charges, letras de músicas e poemas. Me formei em Comunicação com ênfase em Marketing pela Universidade de Ciências Aplicadas Inholland em Roterdã em 2017. Trabalho atualmente em tempo parcial para o The Financial Times, na parte administrativa e dou consultoria em Marketing para pequenos empresários. Sou casada com um holandês e juntos temos uma filha chamada Luana. Me interesso muito por educação bilíngue e minha filha fala tanto o português quanto o holandês. Também tenho interesse em disciplina positiva, psicologia moderna e convivência multicultural.